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terça-feira, 15 de abril de 2014

Insumo da Vida

Agua, substancia química composta de hidrogênio e oxigênio essencial a todas as formas de vida conhecida na Terra e fora dela. Sim, fora dela, por ser nosso padrão de elemento base da vida é a água que buscamos nas missões fora do planeta como referencia se há ou não vida.

Agua, elemento base que se torna referência para medidas. O litro e o quilo são originalmente medidos a partir da água, enquanto que o primeiro mede a quantidade, o segundo o peso, de água e aplicado a todos os elementos mensuráveis em quantidade ou peso existentes.
Também na temperatura, a medida Celsius (denominada por Anders Celsius em 1742) determinou usou a água como referência para a medida de temperatura, sendo que, no ponto 0C se altera do estado de liquido para sólido e no ponto 100C se altera do estado de liquido para gasoso.

A agua que escoa no sentido horário no polo norte e anti-horário no polo sul e também tão eficiente na separação do urânio contendo seu poder radioativo de nós, nos dá a certeza de seu potencial, sua exclusividade, que enquanto liquido, se molda a qualquer recipiente e a ele não resiste, porém preenche todos os espaços disponíveis, poucas forças na natureza são tão eficientes quando o leito de um rio em direção ao mar.

Entre diversos estudos a água, também é utilizada como referência por diversos artigos, nas artes marciais por exemplo é usada constantemente como referência em função da sua característica liquida e naturalmente límpida de se moldar ao ambiente. “be water my friend” Bruce Lee.

Pensando analogamente, se na nossa vida nosso relacionamento fosse tratado como água, entenderíamos que a natureza do aprisionamento só leva a propagação de organismos que vão apodrecer a água até o momento que ela não serve para mais nada. Pura, constante e límpida enquanto livre passaria a ser podre, desnecessária e inútil.
Mas ao mesmo tempo, mesmo livre é necessária para nossa sobrevivência.

Se pensarmos em nossa vida financeira e compararmos com a água, pensamos que dinheiro parado não faz nada, mas enquanto em movimento ele traz a vida! Assim como a agua, que se acumulada, também tem sua utilidade, mas se acumulada sem objetivo apodrece.
A fluidez é necessária para a preservação saudável da água e do dinheiro e ambos só devem ser “desviados” para nossos interesses quando a finalidade está relacionada a nossa vida! Um grande objetivo muitas vezes precisa precisará de dinheiro, mas como alimento para permitir a construção, a criação deste objetivo. O simples acumulo de ambos, sem objetivo, nunca trará equilíbrio e nunca trará a realização.



Viver em função de acumular riquezas por si poderia ser compreendido como viver para acumular água. A mesma água que sem ela não construímos, não nos alimentamos e sequer conseguimos viver não serviria para nada se acumulada sem um propósito.

O dinheiro como água em nossa sociedade precisa do dinamismo, da troca, da circulação, para que seu valor seja de fato validado. O mesmo dinheiro que é métrica de poder, de riqueza individual, utilizado para medir entre nações ou pessoas o potencial de seus possuidores, o mesmo dinheiro que também é elemento de definição de qualidade de vida por tantos, muitas vezes tratado como água no deserto por aqueles que estão com sede de viver melhor, de viver algo que não vivem hoje.

Dinheiro como água então me parece uma analogia muito válida de como acumular riquezas não define o qual positiva fora sua vida.

A fluidez é a chave para entender que tanto para a água como para o dinheiro, nossos objetivos não podem estar presos no que na verdade não passa de insumo para nossa realização. Se nossos corações clamam por realizações, sucesso, amor, plenitude e felicidade, não é no acumulo do insumo que ele será satisfeito, assim como não é no acumulo de água que a sede se extingue. O resultado do acumulo resolve nossa ambição a curto prazo apenas, mas a medida que a água apodrece ou que nossa satisfação pelo acumulo do insumo perde sentido, sentiremos a falta do que realmente faz falta, da realização dos objetivos que poderiam ser construídos com aquele insumo.

A sede nada mais é que a nossa fisiologia clamando pela falta do que é essencial a nossa sobrevivência. Mas a partir do momento que nossas necessidades básicas forem supridas, nossos anseios passarão para os próximos passos, que como Abraham Maslon explica majestosamente na conhecida Piramide de Maslon (1943), que a medida que satisfazemos a base dos elementos de sua pirâmide, vamos subindo até a tão clamada Auto Realização.

A questão é que o dinheiro, que para alguns responde a questão segurança, para outros segue até a auto realização na verdade não é elemento de realização. Ninguém conseguirá se realizar com dinheiro assim como não se realizam com oxigênio. Mesmo crenças como “Com dinheiro eu compro o que me faz feliz”, ainda assim se torna sem propósito porque “aquilo que seria comprado”, o indivíduo nem sabe o que é.

A questão lúdica de primeiro ter o insumo para depois pensar no objetivo é tão aprisionante que faz com que tantos busquem formulas mágicas de resultados financeiros imediatos para justificar o objetivo de sua existência, de suas ações. Nem a loteria, nem a riqueza espontânea, nem a pobreza são fatores determinantes de realização pessoal. Assim como muito bem explicado por Martin E. P. Seligman em seu livro, Felicidade Autentica. A formula para a felicidade não consiste em ter dinheiro.

Mas para se atingir um fim, com tanta intensidade, é preciso viver uma vida bem vivida, uma vida pela qual você, individualmente e respeitando seus valores, possam ter orgulho destas conquistas. Viver a maior aventura de sua vida, viver seu maior sonho, viver. Para construir o legado (deixo claro que não falo sobre bens ou posses) do qual você individualmente tenha orgulho, é preciso entender que o dinheiro é como água e só será útil como insumo para a realização de seus objetivos.

Como dito por Thomas Edward Lawrence na conhecida aventura Lawrence da Arábia, “Existem dois tipos de sonhadores. Existem aqueles que sonham enquanto dormem, mas também existem aqueles perigosos sonhadoras que vivem seus sonhos”. A estes certamente a água, o dinheiro, o acumulo ou qualquer forma aprisionante de satisfação momentânea certamente nunca foram seus objetivos. A estes, por certo, cada um a sua forma aprenderam que é na fluidez que se constrói a vida pela qual vale a pena ser vivida, naquela em que é possível, de fato, viver seus sonhos.

Daniel Carnielli

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